Está em implantação, no município de Pilão Arcado (BA), um viveiro tecnológico e um laboratório biogenético dedicados à pesquisa e ao cultivo experimental de mirtilo, macaúba e uva. O projeto marca o início da estrutura agrícola inteligente planejada para o território Golden Agro, que combina inovação, sustentabilidade e tecnologia de precisão no semiárido baiano.
O empreendimento reúne pesquisa genética, energia solar, construção modular e automação ambiental em um ecossistema produtivo adaptado às condições do sertão. A iniciativa envolve empresas e instituições de diferentes áreas e busca desenvolver cultivos resilientes, reduzir emissões e criar um modelo de produção regenerativa, no qual cada etapa devolve valor ambiental e social ao território.
O viveiro e o laboratório funcionarão como núcleo técnico do polo de inovação agrícola em Pilão Arcado. A estrutura abrigará unidades de cultivo, clonagem e acompanhamento de espécies adaptadas ao bioma Caatinga. O projeto reúne Golden Viveiros, Golden Berrys, TBB Genética, Atlantica Fertilizantes, Beyond, Tríade Construtora e Incorporadora, Golden Home, Gold Carbon 0 e Golden Vale Solar, cada uma responsável por etapas específicas da implantação.
O mirtilo (blueberry) foi selecionado pela alta rentabilidade e pela crescente demanda nacional e internacional. A macaúba, espécie nativa da Caatinga, é estudada por seu potencial na produção de óleo vegetal, cosméticos e biocombustíveis. A uva complementa o portfólio experimental, voltada à vinicultura tropical e à diversificação produtiva regional.
"Está sendo implantado um polo de inovação em agricultura irrigada e acreditação de carbono voltado à preservação do bioma Caatinga. O viveiro e o laboratório serão o centro de um novo modelo de agro de base tecnológica", afirma Phillipe Cordeiro, coordenador logístico do projeto.
As instalações estão sendo executadas pela Tríade Construtora e Incorporadora, utilizando o sistema construtivo LightWall, composto por painéis leves e isolantes, com alto desempenho térmico. Segundo Nara Ferrari, diretora de Projetos da Construtora, o sistema tem potencial para reduzir significativamente o tempo de construção e o uso de recursos naturais.
A Golden Home desenvolve os módulos habitacionais destinados a pesquisadores e técnicos. As moradias seguem princípios de design bioclimático, com reuso de água, ventilação natural e energia solar.
A Golden Vale Solar responde pela microgeração fotovoltaica, que tornará o complexo autossuficiente. A Beyond integra sensores de Internet das Coisas (IoT) para controle climático, irrigação e iluminação. Os dados são processados por algoritmos de inteligência artificial que ajustam temperatura e umidade conforme as condições do ambiente, criando um espaço de cultivo automatizado e monitorável.
O projeto inclui habitação para trabalhadores e técnicos, com foco em eficiência energética e integração com o ambiente natural. A implantação do viveiro deve gerar empregos diretos e indiretos e promover capacitação profissional de moradores da região. Cursos e oficinas oferecerão formação em biotecnologia, irrigação de precisão e manejo sustentável, ampliando as oportunidades de renda e inclusão social.
O viveiro também funcionará como centro de capacitação e pesquisa, apoiando agricultores e estudantes na adoção de técnicas regenerativas. Os experimentos com mirtilo e macaúba servirão como base para a ampliação de espécies tropicais e nativas adaptadas ao clima semiárido.
Além disso, a parceria com a Gold Carbon 0 possibilitará mensurar e compensar as emissões de carbono, com o objetivo de estabelecer o primeiro sistema de produção agrícola neutra em carbono do sertão baiano. Os resultados devem integrar a plataforma de tokenização de ativos verdes da Golden Fintech, garantindo rastreabilidade por meio de blockchain.
"Cada etapa foi planejada para gerar impacto ambiental positivo e legado social. A meta é transformar o semiárido em território de inovação e produtividade sustentável", avalia Júlio Camargo, CEO do projeto.
O viveiro tecnológico e o laboratório biogenético representam o primeiro passo para a criação de uma cidade agrointeligente em Pilão Arcado, que deve reunir produção agrícola, habitação sustentável, energia limpa, automação e serviços de saúde digital.
As primeiras mudas experimentais devem ser plantadas até o final de 2025, e o início da operação está previsto para o segundo trimestre de 2026. O modelo poderá ser replicado em outros territórios rurais, contribuindo para a transição a uma agricultura de precisão regenerativa e de baixo carbono.
Além da pesquisa agrícola, o complexo pretende atuar como vitrine tecnológica e educacional, recebendo visitas técnicas, programas de estágio e cooperação com universidades do Nordeste. O objetivo é aproximar inovação e educação técnica, estimulando a formação de profissionais voltados à agroindústria de base sustentável.
O projeto também prevê uma área de demonstração aberta à comunidade, onde estudantes e produtores poderão conhecer sistemas de irrigação, painéis solares e cultivo protegido. A expectativa é que a estrutura se torne referência regional em boas práticas agrícolas e em modelos de convivência produtiva com o semiárido.
Com o apoio do ecossistema Golden, o projeto busca consolidar o semiárido baiano como referência nacional em inovação agrícola e sustentabilidade climática, associando ciência, tecnologia e gestão ambiental ao desenvolvimento regional.

