Comunidades ganham espaço de eventos tradicionais de palco

Comunidades ganham espaço de eventos tradicionais de palco
Comunidades ganham espaço de eventos tradicionais de palco

Tradicionalmente, eventos presenciais serviram como plataformas para a aquisição de conhecimento e o estabelecimento de conexões estratégicas de negócios. A oportunidade de interagir diretamente com palestrantes renomados e profissionais de diversas áreas sempre foi um dos grandes atrativos desses encontros. No entanto, com a crescente digitalização do conhecimento e a facilidade de comunicação proporcionada pelas redes sociais, o panorama vem passando por mudanças significativas. Se, por um lado, o acesso à informação se tornou mais democrático e dinâmico, por outro, a profundidade do conhecimento e a qualidade das interações interpessoais foram impactadas, levando à necessidade de espaços mais colaborativos e engajados para fomentar o aprendizado, o desenvolvimento profissional e gerar novos negócios.

Nesse cenário, comunidades formadas por profissionais e líderes empresariais emergem como alternativas valiosas para preencher as lacunas deixadas pelos eventos tradicionais. Esses espaços proporcionam interações mais humanas e colaborativas, facilitando o compartilhamento ágil de conhecimentos e acelerando o desenvolvimento de carreiras e negócios. Além disso, oferecem um ambiente onde a troca de experiências não se limita a palestras formais, mas acontece de maneira fluida e contínua, por meio de debates e atividades práticas que conectam indivíduos com desafios e interesses comuns.

No Brasil, diversas iniciativas exemplificam o impacto positivo dessas comunidades no ambiente corporativo e no empreendedorismo. A Rede Mulher Empreendedora (RME), por exemplo, representa um caso de sucesso na promoção da colaboração e do crescimento conjunto. O grupo já impactou centenas empreendedoras ao longo dos anos, proporcionando eventos de networking, cursos, mentorias e parcerias estratégicas. Ao criar um ecossistema de apoio voltado especificamente para mulheres empreendedoras, a rede fortalece o protagonismo feminino nos negócios e contribui para a construção de um mercado mais diverso e inclusivo.

Comunidades como essa preenchem as lacunas deixadas pelas interações mais superficiais das redes sociais e eventos de palco com pouca profundidade. Elas oferecem ambientes de alto valor agregado, nos quais o crescimento profissional e a geração de negócios são catalisados por meio do engajamento contínuo e de trocas ricas em conhecimento. O diferencial está na proximidade e na qualidade dessas conexões, que vão além de simples interações pontuais e se transformam em relacionamentos duradouros e estratégicos.

Enquanto o conteúdo online e as redes sociais oferecem um acesso facilitado à informação, são as comunidades bem estruturadas que proporcionam o engajamento humano necessário para transformar conhecimento em ação efetiva. Esse fator é essencial para impulsionar carreiras e negócios de maneira sustentável e significativa, uma vez que os desafios enfrentados pelos profissionais não se resolvem apenas com informação, mas com a troca prática de soluções e experiências.

Nesse contexto, a REDE Líderes já reúne mais de 450 membros de diversas áreas de atuação para promover encontros estratégicos que combinam conexões interpessoais e compartilhamento de conhecimentos práticos. Diferente de eventos massificados, esses encontros são altamente focados e personalizados, garantindo que os participantes possam discutir desafios reais e encontrar soluções aplicáveis para suas rotinas profissionais. Segundo Vitor Magnani, CEO da REDE Líderes, “as comunidades fornecem um ambiente sob medida para que líderes troquem experiências, apoiem uns aos outros e se preparem para enfrentar, juntos, os complexos desafios do mundo dos negócios atual”.

Entre as ações promovidas pela REDE, destacam-se encontros que reúnem até 50 líderes de áreas como tecnologia, recursos humanos, produto, cibersegurança, proteção de dados, finanças, experiência do consumidor e jurídico. Nessas ocasiões, são debatidos problemas concretos enfrentados pelos participantes, permitindo uma troca de experiências e a construção de soluções inovadoras para os desafios contemporâneos das empresas. A tese do grupo é misturar CEOs e Diretores de áreas diversas para acelerar a solução de problemas complexos que exigem mais de um departamento.

Um dos eventos promovidos pelo grupo ocorreu em janeiro, quando a REDE reuniu líderes de cibersegurança e proteção de dados para o lançamento de um livro coletivo sobre tendências e visões estratégicas para essas áreas. Além da produção do material, o evento fomentou um debate entre CISOs (Chief Information Security Officers) e DPOs (Data Protection Officers), que muitas vezes enfrentam dificuldades na comunicação dentro das empresas.

O encontro ocorreu na sede do Mercado Livre e contou com a presença de nomes, como Samanta Oliveira (DPO), Thiago Cunha (Vice-Presidente de Segurança Corporativa), Henrique Fabretti (CEO), Isabella Becker (DPO), Adriano Lima (CISO), Rodrigo de Godoi (Diretor de Segurança da Informação), Alexander Procaci (DPO) e Juarez Borges (CEO). Os capítulos do livro abordam desde a regulamentação da inteligência artificial até a construção de uma cultura organizacional voltada para a segurança digital. O tema central do encontro era um dos desafios mais críticos da atualidade: o crescimento acelerado dos ataques cibernéticos, a falta de letramento sobre o tema na sociedade e a carência de investimentos robustos para o desenvolvimento de soluções tecnológicas eficazes. 

Além desses livros e eventos, a REDE Líderes também estabeleceu uma parceria com o Instituto Mauá de Tecnologia, instituição focada na formação de engenheiros, designers, administradores e profissionais da área de tecnologia, como parte da comunidade. Na universidade, os membros se reúnem mensalmente para discutir desafios concretos e acelerar a adoção de novas tecnologias, produtos e serviços, especialmente em áreas como finanças, recursos humanos, experiência do cliente, jurídico e cibersegurança.  

Iniciativas como essas não apenas promovem a disseminação do conhecimento, mas também impulsionam carreiras, aceleram a inovação e fortalecem a construção de redes de apoio para enfrentar os desafios do futuro. Não é à toa que essas comunidades estão crescendo. 

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