A mostra destaca o legado do naturalista suíço Emil August Goeldi (1859–1917) e de seu filho, o artista plástico Oswaldo Goeldi (1895–1961), para a biodiversidade da Amazônia, as ciências naturais e a preservação das espécies.
A proposta é resgatar a memória de um imigrante suíço que, ainda no século XIX, lançou as primeiras discussões sobre biodiversidade no Brasil, um tema hoje central em escala global, especialmente com a aproximação da COP 30, que será realizada em Belém.
Hoje, a mais antiga instituição científica da Amazônia leva seu nome, na forma portuguesa que ele adotou: o Museu Paraense Emílio Goeldi. O cientista foi membro de prestigiadas sociedades naturalistas na Suíça, estudou zoologia e anatomia comparada em Leipzig e Jena, na Alemanha, e chegou ao Brasil aos 25 anos para assumir o cargo de vice-diretor do Museu Nacional do Rio de Janeiro. Mais tarde, estabeleceu-se no Pará a convite do governador Lauro Sodré, onde permaneceu por 13 anos liderando expedições científicas e organizando as primeiras coleções sobre a fauna e flora amazônicas.
A exposição integra arte e ciência para revelar a contribuição dos Goeldi na formação de um pensamento ambiental visionário e interdisciplinar. Parte expressiva da Amazônia foi visitada por Emílio Goeldi para formar as primeiras coleções científicas da região — um legado essencial para o conhecimento e conservação da biodiversidade brasileira.
A guardiã do legado que une arte e ciência e pela curadoria interinstitucional da mostra é Lani Goeldi, descendente direta de uma das famílias mais importantes da história cultural e científica do Brasil. Bisneta de Emílio Goeldi e sobrinha-neta de Oswaldo Goeldi, ela atua como curadora, pesquisadora e presidente da Associação Artística Cultural Oswaldo Goeldi, instituição com sede no Estado de São Paulo, dedicada à preservação e difusão desse duplo legado que atravessa gerações e fronteiras.
Com mais de três décadas de atuação, Lani lidera projetos de curadoria, exposições, publicações, eventos culturais e ações educativas em museus, escolas e instituições culturais. Seu trabalho transforma memórias em ferramentas vivas de conhecimento, conectando história, identidade e pertencimento.
Por meio de parcerias institucionais e intercâmbios nacionais e internacionais, a curadora mantém aceso o pensamento visionário da família Goeldi, transformando-o em um patrimônio ativo da cultura brasileira e promovendo pontes entre arte, ciência e sustentabilidade.
Serviço: Exposição Legado Suíço-Brasileiro na Amazônia: Arte, Ciência e Sustentabilidade
Data: 1º de agosto a 14 de setembro de 2025
Onde: Pinacoteca do Palacete Provincial – Praça Heliodoro Balbi, s/n, Centro – Manaus/AM
Entrada gratuita