Brasil aprova 1º imunobiológico para lúpus em crianças

Brasil aprova 1º imunobiológico para lúpus em crianças
Brasil aprova 1º imunobiológico para lúpus em crianças

Um novo tratamento para nefrite lúpica (NL) ativa em crianças a partir dos cinco anos de idade acaba de ser aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no Brasil. O belimumabe (comercialmente conhecido como Benlysta), da biofarmacêutica GSK, é o primeiro imunobiológico disponível no país para tratar a condição. A nefrite lúpica é uma inflamação grave dos rins causada pelo Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES), que pode levar à doença renal em estágio terminal, exigindo diálise ou transplante renal.

Segundo revisões na literatura, de 40% a 80% dos casos de crianças e adolescentes com LES podem desenvolver nefrite lúpica, sendo fator determinante para o aumento de complicações, hospitalizações e taxas de mortalidade relacionadas à doença em crianças. A condição é tratada com terapia convencional: imunossupressores não seletivos e corticosteroides, que visam evitar a progressão da doença e sua evolução para insuficiência renal terminal. A nova indicação de belimumabe para pacientes pediátricos com NL amplia as possibilidades de abordagens terapêuticas visando controlar a condição.

A Dra. Blanca Bica, chefe do Serviço de Reumatologia do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), da Universidade Federal do Rio de Janeiro, professora associada de Reumatologia da UFRJ e membro da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), destaca que essa aprovação representa uma mudança muito importante no cuidado e tratamento de crianças que sofrem com a doença. "Pela primeira vez passamos a contar com uma terapia biológica que pode auxiliar na preservação da função renal dos pacientes que desenvolvem NL, permitindo um controle mais eficaz da doença e reduzindo os danos físicos e psicológicos que afetam as crianças com doenças crônicas como o lúpus eritematoso sistêmico. Isso é especialmente importante diante da gravidade da condição e pensando nas consequências que a doença pode causar na vida dessas crianças", reforça a médica.

Com base na raridade da condição, a aprovação regulatória foi baseada em uma extrapolação de dados de eficácia e farmacocinética, a qual espera-se que o perfil de segurança em pacientes pediátricos com NL seja consistente com os perfis de segurança observados em adultos e crianças com LES e adultos com NL, com base no que é observado nessas populações.

Para a reumatologista e gerente médica de imunologia da GSK, Nathalie David, a aprovação representa um marco importante para crianças que vivenciam uma doença tão severa. "Oferecer uma nova opção terapêutica para nefrite lúpica pediátrica é uma importante conquista. Para nós da GSK, é um orgulho expandir as possibilidades de tratamento com uma molécula que tem mais de uma década de experiência clínica no tratamento do LES e NL em adultos e LES em crianças, que passa agora a ser indicada também à população pediátrica com NL, suprindo uma necessidade médica até então não atendida".

Sobre a nefrite lúpica (NL)

O lúpus eritematoso sistêmico (LES), a forma mais comum de lúpus, é uma doença autoimune crônica e incurável, associada a uma série de sintomas que podem variar ao longo do tempo, incluindo dores ou inchaço nas articulações, fadiga extrema, febre inexplicável, erupções cutâneas e danos a órgãos. A nefrite lúpica (NL) é uma condição grave e comum do LES, que causa inflamação nos pequenos vasos sanguíneos que filtram resíduos nos rins (glomérulos).

A NL pode levar à doença renal em estágio terminal, que requer diálise ou transplante renal. Apesar das melhorias no diagnóstico e no tratamento nas últimas décadas, a NL continua sendo um indicativo de prognóstico ruim. As manifestações da NL incluem proteinúria, elevação da creatinina sérica e alteração do sedimento urinário.

Sobre o BENLYSTA (belimumabe)

O BENLYSTA, um inibidor específico de BLyS, é um anticorpo monoclonal humano que se liga ao BLyS solúvel. O BENLYSTA não se liga diretamente às células B. Ao se ligar ao BLyS, o BENLYSTA inibe a sobrevida das células B, incluindo as células B autorreativas, e reduz a diferenciação das células B em plasmócitos produtores de imunoglobulina. Aprovado pela primeira vez em 2011, é o primeiro e único biológico aprovado tanto para LES quanto para NL em mais de 50 anos.

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