A retomada do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, pasta assumida pelo vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, abre novamente a possibilidade de discutir política industrial no Brasil. Na sua posse, no último dia 4, Alckmin apresentou alguns pontos para a construção dessa política.
Entre os principais estão a necessidade de uma política industrial moderna e contemporânea; recuperação do protagonismo; recriação do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial; reforço na coordenação intragovernamental; articulação com a estratégia de comércio exterior; inovação; transformação digital; foco na indústria 4.0; energias renováveis; mobilidade, hidrogênio verde; Complexo Industrial da Saúde e indústria verde e bioeconomia.
“Com a recriação do Ministério da Indústria e a possibilidade de discutir novamente uma política nessa área, temos que ter como foco a geração de trabalho decente, distribuição de renda com a melhoria da qualidade de vida do povo”, destacou o diretor executivo dos Metalúrgicos do ABC, presidente da IndustriALL-Brasil e da Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC, Aroaldo Oliveira da Silva.
“Para isso, podemos organizar as atuais e futuras cadeias produtivas a partir da solução das demandas sociais, como infraestrutura, habitação, mobilidade, saúde etc. Sempre tendo claro que inovação, modernização tecnológica e preservação ambiental têm que estar no centro do desenvolvimento industrial”, completou.
Pensando nisso, o Sindicato ajudou na elaboração do “Plano Indústria 10+” que traz entre seus objetivos e diretrizes:
• Gerar empregos de qualidade, com políticas que reduzam as desigualdades no mercado de trabalho;
• Garantir um processo consistente de inovação e modernização tecnológica;
• Atender a necessidades fundamentais da sociedade brasileira (missões);
• Promover o readensamento e sofisticação das cadeias produtivas de valor;
• Política industrial alinhada com a preservação do meio ambiente, com a transição justa para trabalhadores, trabalhadoras e comunidades afetadas;
• Garantir transparência e controle social nas políticas públicas para a indústria;
• Universalizar as políticas de educação e formação profissional com qualidade;
• Promover o desenvolvimento industrial regional, o desenvolvimento dos pequenos negócios e o cooperativismo;
• Políticas macroeconômicas e tributárias alinhadas ao desenvolvimento industrial e Estado articulador, política externa soberana e que promova a indústria nacional.
Setor dinâmico
“Discutimos política industrial porque é um dos setores mais dinâmicos da economia, com grande capacidade de geração de emprego de qualidade e que movimenta outros setores.
Atualmente cada R$ 1 investido na indústria representa mais de R$ 2,60 de retorno em toda a cadeia econômica, já em outros setores econômicos a cada R$ 1 investido o retorno é menor que R$ 2”, reforçou o dirigente.
Indústria em queda
O Brasil perdeu em média 17 fábricas por dia entre 2015 e 2020, foram extintas 36,6 mil empresas. E vem perdendo participação no PIB que hoje já é abaixo de 11%. Os números são de um levantamento da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo).
Fonte: https://smabc.org.br/