Mais de 60% dos CSCs se preparam para a Reforma Tributária

Mais de 60% dos CSCs se preparam para a Reforma Tributária
Mais de 60% dos CSCs se preparam para a Reforma Tributária

Mais de 60% dos Centros de Serviços Compartilhados (CSCs) brasileiros já têm planejamento em andamento para adaptação à Reforma Tributária, segundo dados da plataforma MIA, do Instituto de Engenharia de Gestão (IEG). No entanto, o levantamento revela que 54% desses CSCs ainda não possuem orçamento destinado à implementação das mudanças.

O governo federal anunciou que as funcionalidades do portal da Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) estão em testes desde 1º de julho, para a entrada em vigor, em 2026. A plataforma, desenvolvida pelo Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) em parceria com a Receita Federal, será o principal canal de comunicação entre contribuintes e Fisco no novo modelo tributário.

Lara Pessanha, sócia e responsável pela área de Inteligência de Mercado do IEG, afirma que o novo modelo tributário terá um impacto estrutural nos processos das áreas Fiscal, Contas a Pagar e Contabilidade dos CSCs. “A substituição dos tributos atuais por um sistema de Imposto sobre Valor Agregado (IVA Dual) exigirá que a área Fiscal abandone a lógica de apuração cumulativa e desenvolva novas competências para o cálculo e apropriação de créditos”, explica.

Segundo a especialista, essa mudança fundamental se desdobra para as outras áreas, pois implica em uma reestruturação completa da forma como os impostos são calculados, pagos e declarados.

“O Contas a Pagar precisará implementar novos procedimentos para validar os créditos tributários nas notas fiscais de fornecedores. Já a Contabilidade terá que redesenhar planos de contas e rotinas de conciliação para refletir a nova estrutura de impostos, afetando diretamente a elaboração de relatórios e demonstrações financeiras”, afirma.

Ações em andamento nos CSCs

A sócia do IEG detalha quais os tipos de planejamento adotados pelos CSCs que já estão tratando a reforma tributária como um projeto. “Foram criados comitês multidisciplinares para realizar um diagnóstico completo dos processos e sistemas atuais, visando mapear todas as atividades que serão impactadas, simular os cenários financeiros e operacionais e identificar as necessidades de adaptação com as novas regras”, conta.

De acordo com a especialista, a falha em se adaptar efetivamente às novas regras tributárias representa um risco significativo para os CSCs. Segundo ela, isso pode levar a consequências como multas, perda de eficiência operacional e atrasos em processos críticos.

“Haverá um impacto financeiro inicial para atualizar sistemas e automações, mas o investimento é estratégico, pois a simplificação tributária promete gerar, a longo prazo, ganhos expressivos de eficiência e a otimização de custos”, esclarece a responsável pela área de Inteligência de Mercado do IEG.

Transição tecnológica

Pessanha revela que a adaptação tecnológica vai além da parametrização dos sistemas e é um pilar estratégico da preparação para as novas regras tributárias que os gestores já estão incorporando.

“Os gestores estão dedicados a uma análise criteriosa que envolve a reconfiguração dos ERPs, a seleção de ferramentas que assegurem integrações eficientes e a revisão completa das automações impactadas pela reforma”, comenta a especialista.

Conforme esclarece a profissional, os CSCs estão monitorando indicadores de gerenciamento do projeto para medir a eficácia da transição tributária. Segundo Pessanha, durante a fase de adaptação, os principais Key Performance Indicator (KPIs, indicadores-chave de desempenho, em português) são o cumprimento do cronograma e o controle orçamentário do projeto.

Para a responsável pela área de Inteligência de Mercado do IEG, ferramentas e consultorias podem apoiar o processo de conformidade tributária. “Para conduzir a transição para o novo modelo tributário, uma parcela significativa dos CSCs já recorre à assessoria das maiores empresas globais de auditoria e consultoria empresarial ou avalia a contratação desses especialistas como um passo estratégico”, orienta.

Para saber mais, basta acessar: ieg.com.br/

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