Trimestre móvel de agosto a outubro registra recorde histórico de geração de vagas e taxa de desocupação cai para 6,2%
A PNAD Contínua, divulgada pelo IBGE, trouxe resultados históricos para o trimestre móvel de agosto a outubro de 2024. A taxa de desocupação atingiu 6,2%, a menor desde o início da série histórica em 2012, representando 6,8 milhões de pessoas em busca de emprego. Este é também o menor número de pessoas desocupadas em quase uma década.
Os resultados positivos são impulsionados pela expansão da ocupação, com um recorde de 103,6 milhões de trabalhadores empregados no país. Deste total, 53,4 milhões estão no setor privado, sendo 39,0 milhões com carteira assinada, ambos também recordes. O setor público emprega atualmente 12,8 milhões de trabalhadores, número inédito na série histórica. Com isso, o nível de ocupação — proporção de pessoas com 14 anos ou mais empregadas — alcançou 58,7%, maior patamar já registrado.
Adriana Beringuy, coordenadora de Pesquisas Domiciliares do IBGE, destacou: “A recorrente expansão da ocupação em 2024 tem gerado esses recordes, que ultrapassaram os valores máximos anteriormente registrados, como no caso do nível de ocupação”.
Setores em destaque
A indústria, a construção civil e os serviços lideraram a geração de empregos. Em relação ao trimestre móvel anterior (maio a julho), a indústria adicionou 381 mil empregos (+2,9%), enquanto a construção gerou 183 mil novas vagas (+2,4%). O segmento de outros serviços cresceu 3,4%, com 187 mil novas ocupações. Juntos, esses setores foram responsáveis por quase metade do aumento total de 1,6 milhão de trabalhadores no trimestre.
Em comparação ao mesmo período de 2023, setores como comércio, transporte e atividades financeiras também mostraram crescimento expressivo. A administração pública registrou o maior avanço anual, com um aumento de 802 mil trabalhadores (+4,4%).
Por outro lado, o setor agropecuário apresentou redução de 446 mil trabalhadores (-5,3%), enquanto os segmentos de serviços domésticos e alojamento e alimentação permaneceram estáveis.
Investimentos governamentais impulsionam resultados
Os avanços nos setores de indústria e construção são reflexo direto dos investimentos coordenados pelo Governo Federal. Programas como o Plano Mover e a Letra de Crédito de Desenvolvimento têm gerado confiança entre os empresários. Em encontro recente, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou o compromisso de sua gestão em criar um ambiente favorável para o crescimento econômico.
Renato Correia, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção, elogiou o papel do Estado: “Este setor acredita na liderança do presidente e no trabalho de sua equipe”. Já Ricardo Alban, da Confederação Nacional da Indústria, destacou que “o Brasil é a bola da vez”, incentivando a manutenção do ritmo de crescimento.
Informalidade e rendimentos
A taxa de informalidade cresceu ligeiramente, chegando a 38,9% (40,3 milhões de trabalhadores informais). Apesar disso, o rendimento real habitual médio dos trabalhadores manteve-se em R$ 3.255, com alta anual de 3,9%. A massa de rendimentos aumentou 7,7% em comparação a 2023, atingindo R$ 332,6 bilhões, impulsionada pelo crescimento no número de trabalhadores empregados.
Sobre a PNAD Contínua
A PNAD Contínua é a principal pesquisa sobre a força de trabalho no Brasil, abrangendo 211 mil domicílios em 3.500 municípios. Os dados são coletados trimestralmente por mais de dois mil entrevistadores. Após um período de coleta telefônica devido à pandemia, as entrevistas voltaram a ser realizadas presencialmente em 2021.
Os resultados completos podem ser acessados no portal Sidra do IBGE. A próxima divulgação, referente ao trimestre encerrado em novembro, está prevista para 27 de dezembro de 2024.
Por Agência Gov | via IBGE 29/11/2024 10:50