Água tratada: volume grande ainda é perdido ou desperdiçado

Água tratada: volume grande ainda é perdido ou desperdiçado
Água tratada: volume grande ainda é perdido ou desperdiçado

Depois do ar, a água é a segunda substância essencial para a sobrevivência de todos os organismos vivos na Terra. Cerca de 70% da superfície do planeta é coberta por água, sendo que os oceanos representam 97% da água – que é salina, imprópria para beber – e somente 3% da água é doce e própria para consumo. Ainda assim, somente depois de passar pelas estações de tratamento de água (ETAs) é que milhões de pessoas podem ter acesso seguro a água limpa, isenta de impurezas físicas e biológicas.

De acordo com o Panorama do Saneamento Básico no Brasil (2021), em 2020 foram contabilizados cerca de 13,7 bilhões de metros cúbicos de água tratada nas ETAs, sendo que a maior parte é tratada com cloro e flúor antes de seguir para os reservatórios que abastecem as redes de distribuição. O documento ainda revela que, considerando a extensão de rede e as ligações de água no Brasil, cerca de 40% de toda água disponibilizada é perdida durante sua distribuição – média considerada alta em relação aos países desenvolvidos. Isso aumenta a importância da conscientização da população (o que inclui residências, indústrias e serviços) sobre o uso responsável da água, evitando desperdícios.

Estudo lançado recentemente pelo Instituto Trata Brasil, que atualiza o cenário de perdas de água no Brasil, aponta que cerca de 8.000 piscinas olímpicas de água tratada são desperdiçadas diariamente, enquanto 33 milhões de brasileiros vivem sem o recurso. Além disso, seria possível abastecer os 17,9 milhões de brasileiros que vivem nas favelas brasileiras por um ano e meio.

Na análise de João César de Freitas, diretor comercial da Katrium Indústrias Químicas – que fornece todo o cloro necessário para o tratamento da água que abastece o Estado do Rio de Janeiro – as ETAs realizam uma série de processos fundamentais (coagulação, floculação, decantação, filtração e desinfecção) para remover impurezas físicas e biológicas da água. “É nesse último passo que a Katrium entra em cena. Sem cloro, o risco de doenças de veiculação hídrica, como a cólera e a disenteria, aumenta exponencialmente”.

Freitas afirma que esse é somente um lado da moeda. “Do outro lado, encontramos a necessidade de conscientização da população sobre a importância de economizar água e evitar o desperdício. Programas de educação ambiental podem desempenhar um papel vital neste aspecto”. O executivo ressalta a importância de se reduzir vazamentos e todo uso não essencial da água tratada, evitando torneiras abertas sem necessidade, lavar calçadas e carros na frente de casa, encher piscinas nos meses mais frios e até mesmo os banhos demorados – considerando também o custo da energia elétrica e a quantidade necessária de água para gerar essa energia.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o consumo doméstico de água no Brasil é alto, e uma parcela significativa dessa água é desperdiçada devido a hábitos inadequados. Portanto, além de melhorar e expandir as instalações de tratamento de água, é igualmente importante ensinar as pessoas a usar a água de maneira consciente.

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