O setor de strip malls, também conhecidos como centros de conveniência ou mercados de vizinhança, vive um momento de expansão no Brasil, com mais de 50% de crescimento estimado desde a pandemia.
Este movimento reflete mudanças de comportamento do consumidor e uma nova lógica de urbanização nas grandes cidades e, inclusive, tem ocupado o lugar de shopping centers, que têm custos maiores de aluguel, condomínio e manutenção.
Alguns pontos de destaque quando o assunto é o segmento de strip malls são:
Expansão acelerada
Desde a pandemia, o segmento ganhou impulso. Dados da Associação Brasileira de Strip Malls indicam que 68% dos latinos fazem compras perto de casa — resultado da busca por locais de compra mais próximos, seguros e convenientes.
Muitos desses centros comerciais reúnem serviços essenciais como supermercados, farmácias, academias, lojas drive, pet shops, laboratórios e restaurantes em um único local.
Mais da metade dos empreendimentos tem até cinco anos de existência, e 96% deles ficam localizados na região Sudeste. O número evidencia a velocidade de consolidação desse modelo, que responde a um consumidor cada vez mais atento à otimização do tempo e à praticidade no dia a dia.
A lógica da “cidade de 15 minutos”
O crescimento dos strip malls dialoga diretamente com o conceito de “cidade de 15 minutos” — proposta urbanística que tem sido adotada em diversos países e que ganhou força também no Brasil.
A ideia é simples: que todas as necessidades do cidadão possam ser resolvidas em um raio de até 15 minutos a pé ou de bicicleta de sua casa.
Nesse contexto, os strip malls se destacam por estarem localizados em zonas residenciais ou de grande circulação, no trajeto entre casa e trabalho. O Censo dos Strip Malls da ABMalls indica que boa parte dos empreendimentos estão posicionados no fluxo de volta para casa, o que maximiza o potencial de consumo ao longo do dia.
A regionalização também avança. Se antes a imensa maioria se concentrava no Sudeste, hoje há crescimento expressivo no Nordeste, Sul e Centro-Oeste, mostrando o potencial do formato em diversas regiões do Brasil.
Custo e conveniência
Além da localização estratégica, os strip malls têm como atrativo os custos operacionais reduzidos, tanto para os consumidores quanto para os lojistas. Os aluguéis e taxas de condomínio são, em média, mais baixos do que os de shopping centers tradicionais, e a presença de estacionamento gratuito é um diferencial cada vez mais valorizado.
Esse modelo também favorece negócios com foco em conveniência e frequência: mercados, drogarias, redes de fast-food, clínicas, cabeleireiro, petshops, entre outros.
A visão do setor
Para Marcos Saad, fundador da MEC Malls e presidente do Conselho da ABMalls, o crescimento do setor está longe de ser pontual.
“Embora as compras online tenham aumentado bastante, os strip malls também ganharam força por concentrarem inúmeros serviços e facilidades em um só local, além de terem se tornado um hub para facilitar a logística de entrega e retirada das compras on-line”, afirma Saad.
“O consumidor quer resolver a vida em um só lugar, com agilidade, conforto e segurança. E os strip malls respondem perfeitamente a essa demanda”, complementa.
Saad também destaca o papel da tecnologia e da digitalização no avanço do setor: “Quem não tiver a visão de tecnologia vai ficar de fora. O futuro está no atendimento híbrido, no delivery, no autosserviço e na integração entre o físico e o digital.”
Segundo ele, os strip malls são hoje uma plataforma estratégica para grandes redes expandirem suas operações com eficiência. “É um modelo que oferece escala, capilaridade e proximidade com o cliente — exatamente o que o mercado busca neste momento de transformação.”